As vacinas ainda vão render muitas discussões, ainda mais em ano eleitoral. Entre o populismo e o oportunismo, políticos e partidos ignoram informações essenciais ao debate. Elegem falsas prioridades, atrás de manchetes.
O Projeto de Lei 29/2022, apresentado na Câmara dos Deputados, é uma dessas prioridades equivocadas. Propõe a inclusão da vacinação contra a Covid-19 no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Parece uma ideia boa, oportuna e responsável?
Certamente seria, se as vacinas contra a Covid-19 estivessem, devidamente, testadas e aprovadas. Antes que as vacinas sejam incluídas no Calendário Nacional de Vacinação é preciso garantir sua segurança e eficácia.
A proposta, apresentada no dia primeiro de fevereiro de 2022, está, desde o dia 9 daquele mês, aberta à manifestação popular, no site da Câmara Federal. Você pode entrar e deixar sua opinião sobre o projeto e conferir algumas opiniões sobre o tema.
Nessas horas, é interessante perceber o descompasso entre a vontade popular e alguns gabinetes de Brasília. O resultado parcial da consulta popular, na contramão do consenso na imprensa e alguns políticos, mostra, claramente, que a população não comprou a pauta das vacinas da Covid-19. Até o início de junho, com mais de 41.000 votos, 97% deles discordam veementemente da inclusão das vacinas no PNI.
Nessa discussão, não raro, na falta de bons argumentos, aparecem os chavões básicos, que transformam em negacionista, qualquer um que tenha dúvidas sobre estas vacinas, questione a eficácia de medidas restritivas ou uso de máscaras.
É preciso lembrar que o histórico do Brasil mostra que ninguém é contra vacinas testadas e aprovadas, com resultados comprovados. Porém, colocar essas vacinas para Covid, ainda mais aquelas com tecnologias novas, no mesmo patamar de imunizantes eficazes e com resultados comprovados, é trabalhar pela desinformação.
Essa discussão traz à tona um lado virtuoso das inovações e da tecnologia. Ela facilita o acesso à informação, dá transparência ao processo e permite aos cidadãos manifestarem suas vontades em tempo real e manter contato com seus representantes.
Esses são os caminhos e a cara da nova democracia digital, que o progresso nos oferece. Dessa forma, fica cada vez mais fácil e rápido, checar o que andam fazendo nossos representantes com o mandato que emprestamos à eles com o voto.