No dia 25 de abril de 2022, 13 empresas de comunicação coordenaram uma série de reportagens e reacenderam a divisão entre os cidadãos e restabeleceram o terror sanitário no Canadá.
A reportagem publicada em 13 jornais canadenses mostra que definitivamente, cada vez mais, devemos desconfiar de toda informação veiculada, checar sua origem e interesses por trás delas.
Por isto, cada vez mais, cresce a importância das redes digitais para fazer circular informações diferentes daquelas escolhidas pela mídia tradicional. É essa resistência que abala esse terrorismo midiático que desinforma e cujo único objetivo parece ser instaurar o pânico.
Esses veículos da imprensa canadenses publicaram uma reportagem sobre um estudo, na contramão de todas as evidências científicas, exaustivamente demonstradas, para concluir que não vacinados são uma ameaça aos vacinados.
Essa discussão já foi tema de muitos debates e cancelamentos no passado. Os fatos documentados desmentem completamente a pesquisa. No entanto, os 13 veículos de comunicação canadense se alinharam na sua divulgação dando manchetes ao trabalho e cometerem erros básicos do bom jornalismo.
A pesquisa publicada inicialmente no Canadian Medical Association Journal ganhou espaço na mídia canadense. No Toronto Sun não há nada além dos autores do estudo feito para defender a vacinação e passaportes. No final da reportagem, David Fisman, co-autor, é citado e “reconhece que um modelo matemático simples não reflete totalmente o mundo real ou os diversos fatores que devem ser levados em consideração ao definir políticas de saúde pública, incluindo considerações políticas e raiva pública“.
A premissa do estudo é um equívoco porque se a vacina cumprisse seu objetivo, os vacinados estariam protegidos independentemente da presença de não vacinados. A irresponsabilidade editorial se agrava quando endossa a ideia do estudo e promove a discriminação daqueles que não tomaram as vacinas.
Por trás dessas notícias está um mecanismo amplamente usado durante a pandemia. Ancoradas em estudos que, na imensa maioria dos casos, esconde conflitos de interesses mas cumpre o trâmite burocrático para ser publicado nas revistas especializadas e ganhar destaque na mídia tradicional .
São especialistas ou pesquisadores ouvidos, com parcimônia, sem que suas ligações com a indústria farmacêutica, filiações político partidárias e afinidades ideológicas fiquem claras.
Como tem acontecido desde o início dessa crise sanitária, essas notícias aparecem como resultado de estudos recentes e com direito a aspas de especialistas. No livro dediquei um capítulo sobre os efeitos da internet e redes digitais nas redações. O resultado disto, na prática, é que esse “novo jornalismo“, sem respeitar as diretrizes técnicas elementares de apuração está enterrando o velho jornalismo.
A faceta nacional desses descaminhos está no Consórcio de Veículos da Imprensa, formado em junho de 2020, que compromete seu produto final: a notícia.
Esse jornalismo não investiga, não tem dúvidas, não faz perguntas, não duvida e nem tem curiosidade. Se essas premissas básicas estivessem em uso nas redações, teríamos outros especialistas e pesquisadores trazendo outras opiniões. Sem essas coisas, temos um produto novo. Não sei seu nome ainda mas, certamente, está longe de ser jornalismo.