Lidar com mentiras não é novidade para ninguém que vive em sociedade. Porém, à medida que as redes digitais se expandem, acabam potencializando a disseminação de mentiras. Nada que as recomendações básicas que qualquer mãe zelosa tenha dado aos seus filhos não possa
resolver. Seja no mundo real ou digital. Informação tem pedigree. Tem origem e pode, facilmente, ser checada.
Quem vê, escuta ou fala, faz isto sempre a partir de um ponto de vista. Não necessariamente o único ou o correto. Isto é básico para quem trabalha com informação. Um incauto usuário de redes digitais talvez não tenha os rudimentos técnicos para operar essas variáveis. Um jornal tem obrigação de fazê-lo.
Desconfiado ou cético, pesquisando na Internet, essa fantástica biblioteca de memória infinita, me deu o fio da meada para compreender os conflitos de interesse que estavam por trás desse mundo que cria problemas para vender soluções.
Achei uma reportagem do British Medical Journal com uma história assombrosa onde os principais cientistas que aconselhavam a Organização Mundial da Saúde no planejamento de uma pandemia de gripe eram remunerados por empresas farmacêuticas. O extenso trabalho de investigação do BMJ foi publicado em 4 de junho de 2010: OMS e as “conspirações” da pandemia de gripe.
Esses conflitos de interesse nunca foram divulgados publicamente pela OMS, que rejeitou as investigações sobre o tratamento da pandemia de A/H1N1 como “teorias da conspiração”. Vi pouco ou quase nada sobre isto na imprensa nacional.