Sou jornalista por formação. Passei pela Economia antes e não terminei o curso. Depois me aventurei pela Filosofia e fui até perceber que podia caminhar sozinho. Mas antes, fui bancário, metalúrgico, pesquisador de fotografia e texto.
O jornalismo entrou na minha vida quase por acaso. Quando chegou a hora de escolher uma faculdade, a matemática me assustava e as biológicas não me animavam. A área de humanas foi um caminho natural.
Assim, a economia pareceu um bom caminho. A combinação de rebeldia, imaturidade, uma dose de irresponsabilidade e o gosto pela aventura, típica, da idade, conspiraram para colocar o mundo das comunicações no meu horizonte.
Quando a Abril Cultural atravessou meu caminho, um admirável mundo novo se abriu. Lá se editavam os fascículos que “democratizavam” o conhecimento em pílulas semanais a preços módicos.
Conhecer, Mestres da Música, Tudo, Nova História da Música Popular Brasileira, Mil Bichos, Mestres da Pintura, Gigantes do Jazz, entre outras coleções. Foi um período rico, uma vivência e uma escola inimaginável.
Tomei gosto pela área de comunicação e, em especial, pelo jornalismo que entrou dessa maneira na minha vida. Passei pelo DEDOC, já na Editora Abril. Depois na Capricho. Fui para o Jornal da Tarde onde experimentei o jornalismo diário e seu ritmo industrial. Mais tarde passei pelo Estadão.
As mídias eletrônicas entraram na minha vida com a Globotec, uma produtora independente das Organizações Globo. Depois fui para a TV Cultura, TV Gazeta e TV Senac. Na Gazeta, em 1995, fizemos o Gazeta Paulista, um telejornal local integrado a um website, com ensaios pioneiros de interatividade.
Na TV Senac, em 1999, criei um programa focado no mercado de trabalho e sua integração com a Internet. O Em Rede era um espaço para apresentar e debater os impactos que a Internet estava trazendo para o mercado.
Participei de outro projeto pioneiro no início dos anos 2000 com a TV OnLine, criado para explorar as possibilidades que a chegada da banda larga trazia e para transformar nossa relação com os meios tradicionais, como a televisão e o rádio.
Em 2002 passei para o outro lado da mesa e fundei, com Eliane Cury Nahas, a CdClip. Uma empresa criada para trabalhar, de forma pioneira e inovadora, com streaming para a área corporativa. A ideia era trabalhar com vídeo na Internet, transmissões ao vivo, treinamento à distância e eventos numa época em que broadband ainda era um experimento instável e o Youtube não existia.
Bradesco, Embraer, Itaú, Votorantim, TAM, Latam, VIVO, Volkswagen, agência África, Ogilvy, Suzano, Astrazeneca, DHL, Epson, Samsung, Roche, Pepsico, TIM, FGV, Long Ping, Ketchum, BRF, entre outras grandes empresas brasileiras foram clientes da CdClip.
Após mais de 15 anos no mundo digital corporativo a empresa abriu áreas para novos projetos na área ficcional. A CdClip produziu e eu dirigi, Mino e Nina, uma série de animação infantil sobre o folclore nacional.
Desenvolvemos Dominique, um projeto multimeios focado na mulher independente, na faixa dos 50 anos, integrada às redes sociais, com desdobramentos para TV e encontros presenciais. Um projeto inovador que a pandemia adiou.
Se a pandemia adiou algumas ideias fez surgir alguns novos projetos. Os 20 anos atuando como empresário não acomodaram o jornalista que mora em mim. As perguntas, as dúvidas e a curiosidade não me deram sossego. Não é por outra razão que a ideia desse livro e seu desdobramento na web se concretizam agora.
Espero que a leitura do livro Como a Pandemia Mudou o Jornalismo – Os bastidores do conflito de interesses que a imprensa não investiga! e as atualizações provocativas deste website sejam inspiradoras e tranquilizadoras. A ideia por trás de ambos é preservar o seu direito à informação, sem mediação ou restrição de nenhuma espécie. Toda história tem, pelo menos, dois lados. A conclusão segue sendo uma prerrogativa exclusivamente sua.