A Covid-19 veio para ficar. Vai perder ares de pandemia e se transformar em mais uma virose sazonal. Os danos colaterais entretanto nos acompanharão por gerações. Certamente, temos lições para tirar desse período. Mas, uma das mais importantes talvez seja o uso resistente e criativo da internet.
A imprensa privilegiou uma versão dos fatos e as plataformas começaram a censurar conteúdos e profissionais de saúde que desafiassem os dogmas divulgados. As vozes dissonantes buscaram redes digitais alternativas para trazer outros pontos de vista.
Foi nessa linha que a médica potiguar, Drª Roberta Lacerda criou um perfil no Gettr, uma rede onde a censura não tem vez, e fez um canal de streaming, A Verdade Nua e Crua, atrás de liberdade para discussões inconvenientes sobre a Covid-19.
A Drª Lacerda disponibiliza as entrevistas no Youtube e desdobrou seu canal no Telegram. Ativa nas redes, resistiu o quanto pode, com a censura imposta no Twitter e Instagram, que lhe renderam suspensões. Esse parece ser o destino de quem pensa diferente das Big Pharma.
Como ela, diversos profissionais, silenciados pela imprensa, ocuparam espaço nas redes digitais e abriram canais de comunicação com colegas e o público. Alguns deles se reuniram e criaram o Médicos Pela Vida, onde são disponibilizadas informações para um público cada vez mais desconfiado com o que é veiculado na mídia.
O grupo faz transmissões, com médicos, sobre a Covid, novidades científicas e temas relacionados à qualidade de vida. No último dia 29 de agosto o tema era Medicina e Direito na sociedade que eu desejo, sempre no canal do MPV, no Gettr.
Cada um, a seu modo, marca presença nas redes. O objetivo é disseminar informações, discutir os protocolos oficiais e a postura dos governos. Um dos pioneiros e mais ativos é o Dr. Zeballos, que fez do seu Instagram um canal didático, para falar da Covid-19, sem terrorismo.
Os critérios das redes, para suspender ou censurar seus usuários, é estranho e bizarro. Elas já suspenderam renomados cientistas e o tempo está revelando estranhas relações entre áreas do Governo americano e algumas dessas Big Techs.
Por aqui, a perseguição transcende o mundo digital e vira caso de polícia. Para ilustrar o cerco e a perseguição a quem desafina o coro dos contentes, o Dr. Ricardo Zimerman, pesquisador com inúmeros trabalhos publicados, e Dr. Flávio Cadegiani, endocrinologista e pesquisador, receberam a visita da Polícia Federal, por conta do estudo feito com proxalutamida, para combater a Covid-19.
Esse é um dos resultados visíveis dos danos colaterais que a combinação da pandemia e a omissão da imprensa produziram. Inversão de valores, subversão da ordem institucional e violação dos direitos individuais. Tudo isto com a anuência cúmplice do jornalismo, que perdeu a curiosidade, não pergunta e nem tem dúvidas.
O descrédito da imprensa só aumenta porque, quando o jornalismo não faz, a internet, sem esforço, oferece as ferramentas para confrontar narrativas e fatos. Melhor, dá alternativa, para quem pensa diferente, se manifestar. Esse espaço não foi desperdiçado por um grande número de profissionais que contribuíram para melhorar a qualidade do debate sobre a Covid-19 e seus estranhos bastidores.
Nesses dias digitais, a melhor defesa contra as fake news é a transparência. Isto se faz com a livre circulação da informação. Se a modesta curiosidade da imprensa não satisfaz as dúvidas, a web tem uma biblioteca do tamanho da sua memória e curiosidade.
É graças a ela que descobrimos que a OMS já foi processada pela Comunidade Européia, por fake news, em 2010. No ano seguinte, estudo patrocinado pelas Big Pharma fez um levantamento para evitar os erros do passado e os cuidados que deveriam ser tomados nas próximas pandemias. Basicamente, cuidar da comunicação institucional e controlar as redes.
O que soa como uma estranha teoria da conspiração se parece, cada vez menos, com uma simples e ingênua série de coincidências. Você pode escolher, mas sabe o que as conspirações e as coincidências têm em comum: ambas trabalham com a sua desinformação.