Nem bem saímos de uma crise sanitária e nos espreita uma imensa crise ética e moral. O bioterrorismo, movido a interesses financeiros, amparado por visionários autoritários, começa a expor as mentiras que rondam mais uma pandemia fake. Estados burocráticos, políticos oportunistas e tecnocratas, com a colaboração de médicos, pesquisadores e jornalistas, criaram um cenário de medo e pânico para prover soluções tão artificiais quanto o problema que deveriam resolver.
Um desses problemas se refere ao uso de protetores faciais. Polêmicas desde o início da pandemia, as máscaras se transformaram num ícone político, que sinaliza virtude ou desvio ideológico, dependendo de quem vê ou usa. No final de janeiro, a Cochrane, uma organização dedicada à produção de evidências científicas confiáveis, publicou uma pesquisa onde analisou 78 estudos de máscaras e concluiu que não havia evidência de que fornecessem qualquer proteção contra a transmissão viral ou contágio.
O CFM (Conselho Federal de Medicina), no dia 13 de fevereiro, com base naquele estudo, publicou um parecer enviado à ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), alertando sobre a ineficácia das máscaras. O ofício, assinado pelo presidente do CFM, Dr. José Hiran da Silva Gallo, foi enviado ao diretor-presidente da ANVISA, Antônio Barra Torres.
A orientação que deveria servir para facilitar a vida dos brasileiros, rendeu mais um capítulo nessa novela. Em nota, a ANVISA, afirma que “suas decisões são baseadas nas melhores evidências científicas, pautadas e alinhadas com organizações nacionais e internacionais, como o Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas)”, mantendo o uso das máscaras. A nota ainda afirma que medidas “jamais podem ser impostas a pessoas que não compartilham de tais ideologias ou comportamentos“. Seria cômico se não fosse pateticamente trágico.
O diretor-presidente da ANVISA, no passado, reagiu com seleta indignação a uma afirmação do presidente Bolsonaro sobre a vacinação de crianças, ganhou manchetes, foi tratado como herói da resistência e ganhou destaque no Jornal Nacional, que, junto com outros veículos, estava em guerra insana contra o Governo. Falar no uso de ideologias nesse momento soa estranho.
Mas a pesquisa do Cochrane provocou outras reações. O Globo publicou artigo de uma colaboradora questionando o estudo e defendendo as máscaras. Ela tenta preservar, além da própria reputação, a imprensa que durante a pandemia não investigou e silenciou vozes dissonantes. Se o jornalismo tradicional luta para manter o que lhe resta de dignidade, plataformas como Twitter dão voz a ideias divergentes. E assim, o debate e os argumentos que a mídia ignora são expostos aqui.
Se a imprensa não facilita o acesso à informação, as redes sociais têm sido uma fonte disponível, quando não são censuradas. Lá é possível encontrar argumentos sérios e fundamentados. Não faltam farpas e manifestações de ironia ou sarcasmo em relação a fraudes acadêmicas ou militância nas universidades, local que deveria servir ao debate e expansão das fronteiras do conhecimento.
São dias estranhos. Afinal, por que a ANVISA ignora as observações da CFM, organização responsável por disciplinar o exercício da medicina e suas boas práticas no país, e confia na OMS, com interesses latentes e suspeitos, processos na Comunidade Européia, coleciona erros na gestão da Covid?
Ao se recusar a seguir a orientação da CFM, a ANVISA constrange os brasileiros, submetendo-os às máscaras ineficazes, não por falta de argumentos. A autarquia, como boa parte da imprensa, insiste em manter uma narrativa que os fatos desmentem. No final, faz exatamente o contrário daquilo que diz, porque impõe sua ideologia e comportamento aos brasileiros que não compartilham dela.
Na contramão da Ciência, alheio ao Carnaval e desprezando o bom senso, a ANVISA sinaliza virtude, amparada, pautada e alinhada com a ideologia que critica, mantém o uso de máscaras contra a orientação do CFM.
Sério! Até quando?