Para quem pensa a internet como terra livre, com liberdade total e sem censura, a ação das Big Tech mostra que a realidade é bem diferente. Desde o início da pandemia, Youtube, Facebook, Instagram e Twitter, entre outras redes, sinalizam que no quintal deles quem manda são eles.
A vítima mais recente desses desmandos foi a jornalista Paula Schmitt, que escreve no Poder 360 e tinha um perfil no Twitter, onde fazia suas postagens. Depois de sofrer algumas suspensões, por violar a “regra de desinformação sobre a Covid-19”, no sábado (13/8/22) foi banida da rede.
No podcast Falando Abertamente com Cristina Graeml, Paula Schmitt conversa sobre sua exclusão do Twitter. Profissional experiente, tem vários artigos publicados sobre a pandemia e as relações complexas da indústria farmacêutica com governos, academia e o mercado.
Ela, como poucos jornalistas, desafina o coro dos contentes nas redes, quando o assunto são as vacinas, seus riscos ou as políticas sanitárias adotadas por governos e recomendadas pela OMS. ”A grande causa dos banimentos das redes sociais é falar a verdade. A mentira é premiada com selo de ‘verdade’, atribuído por pessoas que nunca foram eleitas e cujo poder é determinado, essencialmente, pelo dinheiro…”, diz ela durante a entrevista.
Esse desrespeito à liberdade de expressão, feito pelas plataformas digitais, não é novidade. Desde o início da pandemia, as Big Tech e os veículos de imprensa passaram a censurar profissionais e pesquisadores da área de saúde que questionassem os dogmas definidos pelas Big Pharma, em conluio com a OMS.
A pandemia mudou nossas vidas e redefiniu o conceito de normalidade. Essa não é uma situação nova na História da Humanidade. Já passamos por essas mudanças mais de uma dezena de vezes, desde que aprendemos a registrar a História. A novidade é que, nunca antes, tantos tiveram voz e nem a informação ficou tão exposta e suscetível de checagem, como é possível hoje, graças à internet. O avanço da tecnologia, facilitou o acesso e a distribuição da informação.
Se a internet é a Caixa de Pandora do século XXI, também é uma alegoria à passagem bíblica da Torre de Babel nesses dias digitais. Quando comecei este site, desdobramento do livro que escrevi, Como a Pandemia Mudou o Jornalismo – os bastidores do conflito de interesses que a imprensa não investiga!, publicado em novembro de 2021, estava apenas recolhendo informações disponíveis que a curiosidade oferecia para quem quisesse saber mais ou estivesse insatisfeito com o que era noticiado.
A crise sanitária que tomou o planeta de arrastão, no início de 2020, tinha tudo para se transformar numa tragédia épica, de acordo com as previsões das agências de saúde governamentais e OMS.Estávamos na iminência de um tsunami avassalador e esse terrorismo foi disseminado, impiedosamente, pela imprensa e governos, com a anuência da OMS.
Não fosse a internet, suas plataformas e redes digitais, talvez estivéssemos todos ainda de máscaras, submetidos a um experimento e trancados em casa, esperando a morte chegar. O que é um paradoxo, porque as Big Tech, em algum momento, tiveram a ilusão do controle total da informação que a mídia sempre teve.
Essa situação só não evoluiu para esse cenário bizarro graças à resistência de abnegados profissionais da área de saúde, que questionaram as medidas adotadas, os dados disponíveis e as conclusões tiradas deles.
O curioso e irônico é que a mesma tecnologia que prenuncia um grande irmão à espreita, abre as portas de um admirável mundo novo, por onde escapa a informação. Se o Twitter censura, surgem outras plataformas, como o GETTR, onde Paula Schmitt pode continuar a dizer o que pensa, compartilhando suas ideias e informações.
Foi a persistência desses inconformados que trouxe à cena perguntas isoladas e pontuais, que expuseram o cinismo, a mentira e o jogo de interesses que moveram esse enredo. As Big Tech manifestaram sua faceta autoritária desde o início da pandemia. Censuraram, perseguiram e tiraram do ar inúmeros profissionais que desafiaram os dogmas.
No final das contas, falamos de dinheiro, money, l’argent, o vil metal que move o mundo. Antes que se culpe o capitalismo, a questão aqui é a ética. A ambição sem escrúpulos, que vira ganância e coloca interesses circunstanciais acima do bem comum. Junte-se funcionários públicos, em todas as instâncias de poder, e políticos coniventes ou omissos. Esse círculo vicioso se fecha com o silêncio cúmplice da imprensa, perdida entre a militância e o marketing.
A censura da jornalista Schmitt, nessa altura dos acontecimentos, é apenas outra peça de um crime em andamento. Limitar e controlar o acesso à informação é um atentado contra a liberdade. Coisas de ditaduras, inadequadas a esse mundo digital, que se pretende politicamente correto e, por ora, se mostra apenas cínico e autoritário.