O tempo e a pandemia têm sido uma dupla mortal para fulminar narrativas e expor a hipocrisia de entes públicos, sejam autarquias ou burocracias governamentais, sejam associações ou entidades de classe, nas questões relacionadas às vacinas.
No dia 31 de julho, a Associação de Mães Eu Decido Pelo Meu Filho, fez uma manifestação na Avenida Paulista. O grupo, por meio de Michelle Thomazini, cobra posicionamento das autoridades, contra o absurdo de tornar essas vacinas experimentais obrigatórias em crianças e integrá-las ao Programa Nacional de Imunizações. Você pode preencher esse formulário, contra essa inclusão.
A crise sanitária tem revelado como são poderosos e organizados os lobbies da indústria farmacêutica, seu acesso aos bastidores do Estado, influência política e poder de pressão, por meio de especialistas e pesquisadores ligados à academia.
Uma sofisticada rede de interesses se movimenta por dentro das diversas instâncias de poder e formadores de opinião. Parte dessa estratégia foi explicitada em documento produzido em 2011 e descrito no livro Como a Pandemia Mudou o Jornalismo, que publiquei em 2021.
Em abril, o neurologista e pesquisador Russell L. Blaylock, descreveu como esses lobbies agem no mercado americano, nesses anos de pandemia, perseguindo médicos e pesquisadores que contestem as verdades definidas pelas Big Pharma.
A parte mais visível e prática dessa pressão está na luta pela inclusão dessas vacinas no calendário nacional de vacinações, coordenado pela ANVISA. A agência já havia dado autorização para uso da PFizer em crianças acima de 5 anos, no final do ano passado, em caráter emergencial. Agora, repete a decisão, ao liberar, em 13 de julho, a Coronavac para crianças de 3 a 5 anos. Essa decisão é polêmica e vai na contramão das decisões de diversos governos.
A situação é mais grave ainda quando tem o apoio de grupos e associações de profissionais da área de saúde, que deveriam zelar pela segurança dos processos. Desde o início da pandemia, temos visto que opiniões diferentes da corrente hegemônica não tem espaço nestas associações e menos ainda na imprensa ou nas publicações especializadas. Apesar desse lobby, a Câmara fez uma consulta popular para inclusão das vacinas no PNI, em junho, e o resultado não deixa dúvidas sobre a posição dos brasileiros.
Para romper esse círculo vicioso, alguns profissionais corajosos tem desafiado essa situação. Uma delas é a médica Maria Emilia Gadelha Serra, que entrou com uma notificação judicial no CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Ela solicitou a abertura de sindicância contra médicos que emitiram parecer favorável à vacinação de crianças contra a Covid-19.
Os médicos citados fazem parte da Câmara Técnica de Vacinação e Imunização do Cremesp, órgão que tem estimulado a vacinação de crianças. Na notificação, a Dra. Maria Emília afirma que a decisão está baseada “em baixíssimas evidências, ou pelo menos sem o devido e necessário estudo e debate”.
Sua opinião é abonada por vários médicos, de diversas partes do país, que têm questionado, nas redes, a postura dessas entidades. A Drª Ana Cristina Lemos Malheiros, Dr Eduardo Leite, Drª Ana Alice Tannuri, Drª Lígia Funaki e Dr. José Augusto Nasser, entre outros, enumeram, em seus posts, desde a falta de segurança, ineficácia até os riscos desprezíveis da Covid-19 para as crianças.
Além disso, há evidente conflito de interesses envolvendo os profissionais, citados na notificação, que tem vínculos com os laboratórios que vendem os imunizantes. Na notificação, há informações sobre cada um dos médicos, sendo que três deles são donos de clínicas de vacinação, além de imagens deles em congressos pagos por laboratórios e atividades comerciais afins.
Essa ação foi direcionada ao CREMESP. Mas esse problema não é exclusivo do Conselho. Outras entidades e associações médicas tem emprestado seu nome e credibilidade para endossar procedimentos, que deveriam ser amplamente discutidos diante dos riscos envolvidos. A atuação da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), desde o início da pandemia, assim como inúmeras associações especializadas, tem tido um posicionamento muito mais político e comercial do que científico.
Em outros tempos, certamente, esses acontecimentos seriam pauta em todas as redações. A adesão, sem questionamentos, às medidas duvidosas da OMS e o alinhamento às Big Pharma, ignorando os conflitos éticos envolvidos, atrelado ao patrocínio vindo da indústria farmacêutica, traria muitas perguntas e dúvidas para o noticiário. Mas, se o jornalismo tradicional não tem essa curiosidade, nas redes sociais ela ainda se mantém viva.