A ideia do livro Como a Pandemia Mudou o Jornalismo – os bastidores do conflito de interesses que a imprensa não investiga! Somente se concretizou depois de muita pesquisa. O que começou como a retomada de velhos hábitos e os efeitos da restrição de circulação acabaram fornecendo um amplo material. Pior, em descompasso total com a histérica cobertura da mídia.
Passei pela Covid-19 em maio de 2020. Foram duas semanas estranhas, que se estenderam por outras duas, porque eu e minha mulher fomos acometidos pelo vírus com uma semana de diferença. Dias complicados, longos e devidamente monitorados. Tão logo, melhorei passei a pesquisar mais ávida e objetivamente informações sobre o SARS-CoV-2.
Não demorou muito para alguns cenários estranhos e peças começassem a não se encaixar nesse grande quebra-cabeças. O fenômeno que parecia local, na verdade, se estendia por parte do planeta. Ciência, política e, é claro, a economia estavam se misturando de um modo estranho, bizarro e perigoso.
Em tempos belicosos como estes, estamos cada vez mais resistentes à discordância. Os linchamentos digitais, os chamados cancelamentos, e a polarização nos acompanha desde muito tempo, acabou por encontrar um terreno fértil com as discussões sobre a pandemia. Os argumentos da ciência passaram a se submeter à conveniência política. Mas, mais ainda, ao poder da grana.
O jornalismo que não investiga, questiona e confere fatos corre um sério risco de perder sua função em tempos de transformações radicais de comportamento e tecnologia.